Quando falamos de Luto, automaticamente pensamos em morte. E sim, é verdade que a morte faz parte no Luto, mas não de forma exclusiva.

A luto atribuímos a sensação de perda, seja ela qual for. O término de um relacionamento amoroso ou de amizade, a demissão em um emprego, a mudança de uma cidade ou país, a frustração por um sonho que não irá se realizar e claro, a morte de alguém.

Muitas são as camadas que o luto pode afetar em relação a dor e por vezes a dor pode parecer não ter fim. Uma das questões que dificulta o processo do luto é também vivermos em uma sociedade que dá pouco espaço para se falar da dor, onde o sucesso é usar filtros e parecer estar sempre feliz. Em um mundo real, sabemos que nem só de momentos felizes vivemos.

Acolher nossos sentimentos e dar espaço para eles existirem é um autocuidado. Acolher até que chegue o momento dele ir.

O que as pessoas sentem quando estão em luto?

Choque, apatia, raiva, tristeza, culpa, ansiedade, desamparo e cansaço são alguns exemplos do que as pessoas sentem nessa situação. Algumas alterações de comportamento também podem aparecer, tais como: isolamento social, mudanças no sono/apetite, sonhos com o(a) falecido(a), evitação de lembranças/necessidade reviver e falar sobre a situação de perda, diminuição de interesse pelo mundo externo, dificuldade para amar, desânimo profundo e redução das atividades ao mínimo necessário.

As pessoas respondem ao luto com seu corpo e sua mente. Por isso, é importante prestar atenção a tudo que está sentindo e falar sem medo sobre isso.

O Luto é um processo comum, o que significa que passamos por ele quando temos a perda de alguém, porém devemos estar atentos à: intensidade, frequência e duração das reações do indivíduo à perda. O quadro de Luto pode se tornar complicado e gerar até mesmo uma depressão em alguns casos, por isso é necessário a observação.

A Psicoterapia é uma grande aliada no processo de tratamento do luto, pois ter um espaço onde a pessoa possa expressar seus sentimentos sem julgamentos em um espaço seguro é fundamental para a elaboração da perda. Angústias e conflitos conseguem ser trabalhados e refletidos, tornando possível um novo olhar e novos sentidos para essas lembranças e sentimentos.

Psicóloga Rafaela Souza